13 de out. de 2024

Miguel Strogoff

Dando seguimento ao meu esforço de leitura das obras completas de Julio Verne, cheguei a Miguel Strogoff, romance publicado em 1876, 100 anos antes de meu próprio nascimento, e acompanha as aventuras do correio do Czar, homônimo ao livro.

A história começa quando o já inexistente império russo é invadido pelos tártaros, comandados por Feofar Khan, e o imperador dá a Miguel a importante missão de percorrer mais de 5.500 km até Irkutsk com uma carta para seu irmão, colocando-o a par de importantes informações sobre um traidor das frentes russas que está ajudando o Khan, Ivan Ogaref.

A missão dada a Miguel, porém, deve permanecer em sigilo absoluto e o mesmo não deve mostrar a ninguém que se trata de um correio com tão importante informação, de modo que não seja perseguido pelos Tártaros e pelos traidores do império.

A aventura se desenrola, então, nesta travessia da Rússia já parcialmente ocupada pelos invasores e em guerra, na qual Miguel acaba encontrando diversos companheiros de viagem que, de tempos em tempos, aparecem e desaparecem da história.

Entre eles, se destacam Harry Blount e Alcide Jolivet, dois correspondentes de jornais, um inglês (o Daily Telegraph) e outro francês nunca nomeado, que são, inclusive, apresentados na história antes mesmo de Miguel fazer parte dela, e aparecem constantemente na narrativa fazendo de tudo para levar aos leitores de seus respectivos jornais as informações da invasão de formas muitas vezes jocosas e engraçadas para diminuir um pouco da tensão colocada no livro.

E junto deles ainda temos Nadja, a filha de um exilado que se encontra em Irkutsk e havia empreendido viagem para ver seu pai lá quando a invasão aconteceu e vê em Miguel um porto seguro para seguir sua viagem, além de ser uma das poucas personagens femininas da história.

A história é cheia de altos e baixos e repleta de tensão, com momentos impressionantes nos quais não conseguimos imaginar saída para Miguel e, muitas vezes, para seus companheiros ocasionais de viagem, com um final bem interessante e, em diversos aspectos, surpreendente.