18 de nov. de 2024

Leitura para os Filhos

Hoje, ao escrever meu post sobre o último livro que terminei, lembrei-me que não estava sendo muito honesto quando aos livros que realmente li, porque, na verdade, tenho pelo menos mais 5 ou 6 livros já terminados que não comentara aqui, simplesmente por um motivo meio bobo: eu os estava lendo para meus filhos.

A um bom tempo atrás eu havia desenvolvido o hábito de ler para minha filha os livros que ela trazia da biblioteca da escola, antes dela dormir, fazendo meu melhor para fazer vozes diferentes para cada personagem, de modo que ela gostasse deste momento. Passei por muitos livros infantis desta forma e cheguei a ler diversas coleções que realmente recomendo, como do Bat Pat.

Nesta toada, resolvi ler para ela o Hobbit, afinal de contas, era um livro que Tolkies escrevera para os filhos, e deu super certo. Tão certo que eu continuei com este hábito com os gêmeos, muitas vezes lendo novamente livros que eu já havia lido para ela, como a coleção do Bat Pat e até mesmo o Hobbit.

E recentemente eu comecei a ler a coleção do Caça-Feitiços (que chegou a ter um filme muito ruim para o cinema). Nela você acompanha a história de Tom, um sétimo filho de um sétimo filho, o que, no mundo do livro, lhe concede alguns poderes especiais contra os poderes das trevas, como conseguir ver os espíritos.

Mas Tom não era um menino qualquer, pois se percebe desde o primeiro livro da série que ele tem algo especial, ao se tornar aprendiz de John Gregory, e começando a aprender o ofício do combate às forças das trevas.

Hoje já estou no livro 6 da série e só hoje percebi que não falei nada a respeito aqui... o que pretendo corrigir em breve com um resumo de cada um dos 5 que já li para os pequenos.

Isto dito, se você estiver lendo isto e tiver filhos, recomendo demais que tente fazer isto com eles, porque a experiência é muito gratificante e com certeza ficará na memória deles para sempre!

As Índias Negras

Neste último final de semana terminei de ler As Índias Negras, mais um romance de Júlio Verne da minha coleção e tentativa de terminar com todos os livros deste famoso escritor, agora com este originalmente publicado em 1877, quase 100 anos antes mesmo de eu nascer.

Em primeiro lugar, demorei até o final do livro e, ouso dizer, após o término par finalmente entender o título dele, que na verdade é uma alusão à riqueza impulsionada pela extração e utilização de carvão na revolução industrial comparada à riqueza gerada pela exploração das Índias em tempos anteriores.

Isto posto, já podemos até falar que praticamente toda a história se passa dentro de uma mina de carvão na Escócia, a Nova Aberfoyle (já que a mina original que se encontrava esgotada, chamava-se Aberfoyle), e gira em torno do engenheiro Jamie Starr e da família dos capatazes, os Ford e seu amigo, Jack Ryan.

A história serve, como em diversos outros livros do autor, de pretexto para explicar detalhadamente muitos aspectos da ciência e do cotidiano por trás da exploração do carvão, porém, desta vez, com uma história bem intrigante por trás.

A história começa quando o engenheiro é chamado pelo seu antigo capataz para visitar a mina esgotada de Aberfoyle, o que leva à descoberta de um jazigo de carvão muito maior que o original e cria a Nova Aberfoyle. Mas o intrigante em tudo isto é que muitos acontecimentos pouco fortuitos levam tanto os personagens quanto o leitor a crer que algo ou alguém não quer que o novo esforço de mineração aconteça.

No meio da história somos apresentados a novos personagens que não vou citar aqui para não estragar a surpresa dos que porventura ainda não conheçam este livro.

Mas infelizmente, todo este enredo acaba ficando um pouco vazio, com um desfecho da história simplório e sem nenhuma reviravolta ou surpresa. Uma pena, pois o potencial do livro prometia muito...


16 de nov. de 2024

Programas Governamentais Caídos no Esquecimento

Quando falam que o Brasil é desorganizado, eu geralmente tento defender, citando as diversas grandes invenções até mesmo disruptivas e tipicamente brasileiras, como o próprio sistema bancário nacional e a mais recente invenção do PIX, que revolucionou como nós lidamos com as transações financeiras.

Mas tem coisas que não dá para defender...

Recentemente me deparei com alguns adesivos de eficiência energética do programa de etiquetagem veicular, desenvolvido pelo Governo Federal em parceria entre o Inmetro e o Ibama, para identificar de forma objetiva os veículos menos poluidores disponíveis no mercado nacional, cujo exemplo pode ser visto a seguir.

É importante observar que o modelo desta etiqueta encontra-se no site do Inmetro e que um veículo participante deste programa deve ter esta etiqueta colada no seu para-brisa no momento da venda, demonstrando a suposta seriedade do programa.

Porém parece que a seriedade do programa, pelo menos na parte do governo, termina por aí...

O selo possui um logo do conpet, supostamente o programa para melhorar os veículos nacionais no quesito de emissões. O primeiro problema é que este selo ou programa não existe... pelo menos não mais de forma oficial em lugar nenhum.

Embora a mais recente tabela de veículos publicada no Inmetro em outubro de 2024, que você pode encontrar neste endereço, ainda fale que para maiores informações você deve acessar o site www.conpet.gov.br , o mais curioso é que este site simplesmente não existe (pelo menos não na data em que eu estou publicando este artigo (pode tentar... site inexistente).

O Conpet foi criado entre uma parceria entre o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras para racionalização do usos dos derivados do petróleo, na época do petrolão, porém a última instância que eu encontrei do site através da Wayback Machine foi em 2020 e de lá para cá nem o Google sabe mais o que Conpet significa, o que mostra que o programa foi, na prática, descontinuado a mais de 4 anos e, mesmo assim, ainda vem sendo referenciado pelo Inmetro quando se trata do programa de etiquetagem.

E adicionalmente, a etiqueta tem um QR Code que leva ou a uma página inexistente ou a uma página com limite mensal de leituras expirado, o que mostra que os órgãos oficiais não estão preocupados nem com a disponibilização de informações coerentes sobre o programa. Vai lá... pode tentar ler o QR-code na imagem e ver o resultado...

Contra este tipo de coisa, realmente não tem defesa e, pior, isto me faz pensar em quanto mais programas com nomes bonitos já foram inventados para simplesmente caírem no esquecimento após gastos provavelmente absurdos.