19 de jul. de 2008

Os três porquinhos por um engenheiro

Era uma vez três porquinhos (P1, P2 e P3) e um Lobo Mau, por definição, LM, que vivia os atormentando.
P1 era sabido, cursava Engenharia Industrial Mecânica e já era formado em Engenharia Civil.
P2 era designer e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos.
P3 fazia Comunicação e Expressão Visual.
LM, na Escala Oficial da ABNT para medição da Maldade, era considerado Mau nível 8,75 (arredondando a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um mega investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde 'n' é um número natural variando entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e configuração topográfica.
Nesse promissor perímetro P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planejada, toda protegida e com mecanismos automáticos de defesa.
Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego tresloucado.
P3 planejou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e isopor como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo 'o máximo'.

Um dia, LM foi ate a propriedade dos suínos e disse, encontrando P3 no meio do caminho:
- Uahahhahaha! Corra P3, porque vou gritar, e vou gritar e chamar o Conselho de Engenharia Civil para denunciar sua casa de palha projetada por um formando em Comunicação e Expressão Visual!
Ao que P3 correu para sua amada cabana mas, quando lá chegou, os fiscais do CREA já haviam posto tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2.
Chegando lá, encontrou LM à porta, batendo com força e gritando:
- Abra essa porta P2, ou vou gritar, gritar e gritar e chamar o Greenpeace para denunciar que você usou madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia para misturar no cimento.
Antes que P2 alcançasse a porta esta foi posta a baixo por uma multidão ensandecida de ecos-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.

Ao que segue P3 e P2 correm para a casa de P1 e, quando lá chegaram, este os recebeu e os dois caíram ofegantes na sala de entrada.
- O que houve? - indaga P1.
- LM destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos! - responde triste P2.
- Não temos para onde ir. E agora, que eu farei? Sou apenas um formando em Comunicação e Expressão Visual - choraminga P3.
Tum-tum-tum-tum-tuuummm!!!! (isto é somente uma simulação de batidas à porta, já que som correto não é esse.)
- P1, abra essa porta e assine este contrato de transferência de posse de imóvel - fala alto LM - ou eu vou gritar e gritar e chamar os fiscais do Conselho Regional de Engenharia em cima de você!!! E se for preciso até a turma do Meio Ambiente e aquele tal de CONFEA.
Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco designer e do...do... comunicador e expressivo visual) LM chamou os fiscais, e estes fizeram testes de robustez do projeto, inspeções sanitárias, projeções geomorfológicas, exames de agentes físico-estressores, cálculos com muitas integrais, matrizes, e geometria analítica avançada, e nada acharam de errado. Então LM gritou e gritou pela segunda vez, e veio o Greenpeace, mas todo o projeto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correta.
Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém super comum nos contos de fada): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu ate a chaminé e resolveu entrar por esta, para invadir.
Mas quando ele pulou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrônico instalado por P1 captou sua presença por um sensor térmico e ativou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM para cima com uma inclinação de 32,3° em relação ao solo.
Este subiu aos céus, numa trajetória parabólica estreita, alcançando o ápice, onde sua velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão.
Agora, antes que a história termine, admitindo que a gravidade vale 9,8 m/s² e que um lobo adulto médio pese 60 kg , calcule:

a) o deslocamento no eixo 'x', tomando como referencial a chaminé.
b) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão (desconsidere o atrito pela viscosidade do ar)

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