24 de nov. de 2011

O Atlas da Terra-Média

Terminei de ler O Atlas da Terra-Média, que nada mais é do que o que já está escrito no subtítulo: um guia autêntico e atualizado para a geografia de O Senhor dos Anéis, O Hobbit e O Silmarillion, de J.R.R. Tolkien.
Este livro foi escrito por Karen Wynn Fonstad, uma cartógrafa e professora de geografia na Universidade de Wisconsin que, ao se deparar com um projeto de final de curso de uma aluna, acabou se envolvendo com o universo ricamente criado por Tolkien e, baseado em todo o material que ele publicou (e mais algumas coisas que ela teve acesso junto a Christopher Tolkien), criando este maravilhoso atlas.
Nele a autora, além de manter o traço característico de Tolkien, mostra os mapas separados por eras e por tipo: geográficos, migrações, batalhas, políticos e assim por diante, não apenas ilustrando o universo da Terra-Média, mas também comentando sobre as histórias que lá se passaram e como ela chegou a diversas conclusões baseadas nos escritos de Tolkien.
Contando uma rica bibliografia que, em alguns casos inclui até a página de onde o texto foi originalmente retirado, o livro me dá vontade de ler toda a saga novamente (o que eu acho que em breve vou acabar fazendo mesmo... hehehehehehe...)
Em uma bela edição da Martins Fontes, que peca apenas pela falta de cores nos mapas, este livro é simplesmente obrigatório para todos os fans dos livros de Tolkien.
A única coisa que eu senti falta foi um glossário para a edição brasileira (afinal quem vai saber que Valfenda é Rivendell no original em inglês???)

22 de nov. de 2011

Drum Roll


Drum Roll foi um dos primeiros estreantes da feira de Essen que eu não havia testado lá e acabei testando quando cheguei. Neste jogo da dupla grega Dimitris Drakopoulos e Konstantinos Kokkinis, publicado também pela pouco conhecida Artipia Games, cada jogador é dono de um circo no melhor estilo anos 90, o qual irá, ao longo do jogo, percorrer várias cidades de Europa.
Em cada nova cidade, os jogadores tentarão contratar as melhores atrações para seus circos, as quais podem ser divididas em 5 categorias: domadores, bizarros, malabaristas, acrobatas e mágicos. Cada atração possui demandas específicas para realizar uma apresentação, a qual, dependendo das demandas terem sido realizadas ou não, pode ser feita em três diferentes níveis de sucesso, obviamente, com resultados cada vez melhores para o jogador.
As demandas também são de 5 tipos: treinamento, roupas, equipamento, promoção e materiais, os quais são representados por cubos de diversas cores, que devem ser alocados para os artistas que os solicitam.
Após uma certa quantidade de rodadas, os jogadores apresenta seu circo e recolhem os resultados das apresentações individuais de cada uma de suas atrações. Para cada atração que tenha atingido, através da alocação de recursos, o terceiro nível de excelência, o jogador deverá tomar uma decisão: manter a atração ativa e receber o resultado máximo dela ou torná-la desativa e receber pontos por isto.
O problema de manter uma atração ativa é que, após cada apresentação, é necessário parar salários para todos os artistas, o que pode ser bem salgado para os jogadores. Uma atração desativada também requer um salário, mas ele é ínfimo quando comparado aos salários ativos, além de trazer os pontos, o que torna a decisão do custo-benefício bastante difícil.
Ao final do jogo, são distribuídos pontos extras por diversos feitos, como combinações de artistas e performances, o que torna o resultado incerto até o último minuto.
Um jogo com combinação de sorte e estratégia de forma bem balanceada que merece ser conferido.
Como cereja do bolo, a arte de Antonis Pantoniou, amigo de um dos autores, a despeito de ser simples, confere ao jogo o ar da época em que ele se passa e torna o jogo bastante atraente.
de 1 a 10

15 de nov. de 2011

Você Está Aqui - Uma História Portátil do Universo

Após mais um bom tempo de correria (indo trabalhar quase todos os dias de carro e, consequentemente, não lendo na ida e no retorno do trabalho), finalmente terminei de ler Você Está Aqui, primeiro livro de Christopher Potter (nenhuma similaridade com o Harry) publicado no Brasil pela Companhia das Letras.
Neste livro, Christopher, que é formado em matemática e possui mestrado em História de Física e Filosofia, conta de forma prosaica até onde a ciência nos levou e para onde ela parece estar nos levando, explicando para o público leigo as descobertas do mundo desde as teorias de como tudo começou, passando pela astronomia, física, química e biologia, indo desde a descrição das menores partículas até as maiores distâncias astronômicas, do desenvolvimento da vida na terra até como a própria terra se formou, da menor partícula de tempo após o início de tudo até aonde estaremos, segundo as teorias mais modernas, após mais bilhões e bilhões de anos (supondo que a raça humana ainda não tenha sumido do mapa do universo).
Ao mesmo tempo muito interessante para os leitores que conhecem mais sobre pelo menos um dos ramos discutidos, mas também muito digerível e, até mesmo, de fácil leitura para o publico comum e que nem gosta muito de ciências. Com certeza, recomendo.

14 de nov. de 2011

Greenpeace Guide to Greener Electronics

Acredito que o Greenpeace seja uma ONG internacional conhecida de todos, mas o que muitas pessoas ainda não ouviram falar é da iniciativa "Guide to Greener Electronics" existente desde 2006, que busca criar um ranking das 10 empresas líderes na manufatura de eletrônicos, computadores, TVs e celulares baseado em suas políticas e práticas em reduzir seu impacto no clima, em produção de produtos ecologicamente corretos e em tornar suas operações mais sustentáveis.
Cada uma destas características são medidas e baseadas em critérios objetivos, os quais podem ser verificados na página do Greenpeace.
A última versão do guia foi publicada este semana, e mostra a HP liderando o mercado, seguido pela Dell, Nokia e Apple (empresa, inclusive, que na primeira versão do guia estava entre as últimas colocadas e que, graças à mobilização do Greenpeace juntamente com os consumidores Apple, através do site Greenpeace + Apple, se viu forçada a mudar sua política). Os usuários do guia ainda podem baixar as folhas de pontuação individuais de cada fabricante e verificarem como se chegaram nos resultados.
Um excelente iniciativa, principalmente se os consumidores começarem realmente a olhar para tais critérios no momento da compra.

12 de nov. de 2011

Pantheon

Ontem foi a vez de mais uma estréia: Pantheon, de Michael Tummelhofer (na verdade, um pseudônimo para Bernd Brunnhofer). Michael (ou Bernd) não tem muitos jogos na carteira, mas os que tem, são muito bons, como o caso de Sankt Petersburg ou Stone Age.
Em Pantheon os jogadores controlam o destino de 6 civilizações, tentando fazer oferentas aos Deuses de modo a conseguir as graças dos mesmos.
Um jogo é composto da ascenção e declínio de 6 das 8 civilizações existentes. A primeira fase do jogo, a ascenção, é simplesmente uma preparação do tabuleiro para o jogo própriamente dito, através da colocação da civilização no tabuleiro, bem como a distribuição de novos Deuses e de novos bônus.
O jogo propriamente dito é jogado na segunda fase. Agora os jogadores, em rodadas, podem cada um, realizar uma de 4 possibilidades: movimento, compra, oferenda ou recursos.
Se um jogador escolher movimento, ele poderá sair do berço da civilização atual em direção às posições dos bônus (que trazem vantangens interessantes) ou para a os pontos específicos de construção de colunas (que trazem pontos exponenciais no final do jogo). Para tanto, os jogadores gastam cartas de movimento para permitirem a colocação de pequenos tokens em formatos de pés no tabuleiro. A utilização desta ação também tem uma desvantagem: após o jogador ativo ter realizado seu movimento, todos os demais jogadores podem realizar, cada um, um movimento sem gastar sua ação; mas também tem uma vantagem: ele permite a colocação de uma peça de pé no tabuleiro sem gastar cartas para isto.
A segunda opção de ação são as compras. Aqui o jogador utiliza dinheiro (também em forma de cartas) para comprar mais pés ou colunas do estoque comum (você só pode colocar no tabuleiro o que já tiver comprado para seu estoque pessoal), oferendas fixas (que serão utilizadas para aliciar os Deuses) ou mesmo o direito de colocar peças no tabuleiro.
A terceira opção são os Deuses. Através de combinações específicas de oferentas, na forma de oferendas fixas (as quais são compradas e permanecem a disposição do jogador a cada nova rodada) ou de cartas de oferenda. A aquisição de um Deus, além de trazer pontos, também traz vantagens exclusivas na forma de bônus especiais para determinadas ações, os quais podem ser decisivos para o resultado do jogo.
A última opção são as cartas de recursos. Se o jogador não tiver mais nada para fazer ele pode comprar 3 cartas do monte de recursos. Estas cartas podem ser de diversos tipos, conforme já citado: cartas de movimento (que permitem colocar peças o tabuleiro), de oferenda (que permitem aliciar Deuses) e dinheiro (para a compra de novas peças ou de oferendas fixas).
Assim que um jogador chegar ao último bônus da civilização atual ou o último Deus for arrematado, acaba a fase de jogo e segue-se para a terceira e última fase da atual civilização: declínio. Nesta fase todas peças de movimento em formato de pés são retiradas do tabuleiro e retornam para os estoques dos respectivos jogadores. As colunas permanecem no tabuleiro para serem pontuadas.
Após a terceira civilização e a sexta e última civilização, é realizada uma pontuação, na qual vários quesitos são computados, entre eles, a quantidade de colunas construídas por cada jogador.
Ao final da pontuação da sexta civilização, termina o jogo e aquele que tiver mais pontos ganha o jogo.
Com ilustrações do conhecido Franz Vohwinkel (Asara, Chinatown e Die Händler von Genua, por exemplo) o jogo, além de ser bom, também é bonito.
Embora a explicação das diversas possibilidades pode ser um tanto assustadora para jogadores novos, depois da primeira rodada as opções de jogo já ficam bem claras e o jogo, mesmo sendo um jogo estratégico, anda muito bem.
Com certeza vale a pena.
de 1 a 10

9 de nov. de 2011

Chave Allen como ferramenta de sequestro

Às vezes chega a ser divertido o que acontece quando é dado poder a pessoas despreparadas, se o caso não acontece com você.
Ontem estive em São Paulo em visita a um fornecedor e, ao retornar para Curitiba, no controle do salão de embarque herdado de 11 de setembro, os guardas de congonhas me fizeram despachar minha mochila simplesmente porque uma chave allen se encontrava dentro dela.
Para aqueles que não fazem idéia do que é uma chave allen, ela é uma ferramenta em formato de "L", com perfil sextavado, conforme pode ser visto na foto, tendo diversos tamanhos, embora a que eu carregasse tivesse cerca de 10cm de comprimento e 0,8cm de diâmetro.
Agora me explica como é que eu vou sequestrar um avião com uma destas? Desaparafusando meu assento??? Nem pontiagudo é o negócio...
Eu até aceito algumas normas de segurança, mas isto é simplesmente ridículo e parece ser feito simplesmente pelo fato de que os guardas se acham os donos da verdade, mesmo com picuinhas idiotas como estas.

2 de nov. de 2011

Manuais alea

Aqueles que me conhecem, sabem que tenho uma predileção especial pelos jogos da alea, uma editora de jogos filha da Ravensburger, cujo objetivo era publicar jogos mais desafiadores do que sua "mãe". Desde 1999, com a publicação de Ra, de Reiner Knizia, eles já tem 27 jogos publicados em suas 3 linhas de caixas pequenas, médias e grandes e se tornaram uma referência no mercado alemão.
Quem me conhece, também sabe que um dos meus hobbys é a tradução dos manuais de jogos, e os da alea tem tido prioridade para mim (junto com os da 2F).
E agora minhas traduções para português estão também disponíveis no site oficial da alea, na sua área de traduções.
Por enquanto temos lá:

- Ra
- Chinatown
- Tadsch Mahal
- Die Fürsten von Florenz
- Adel Verpflichtet
- Die Händler von Genua
- Puerto Rico (incluindo play-aids)
- alea iacta est
- Louis XIV (inlcuindo play-aids)
- Palazzo
- Augsburg 1520
- Wie Verhext!
- Glen More

mas já tem o Eiszeit saindo do forno e em breve sigo com as traduções das grandes caixas.
Espero que gostem.