31 de mar. de 2012

Alteração da Lei Seca

Para aqueles que ainda não ouviram falar, está ocorrendo na internet o movimento Não Foi Acidente, que, através de uma petição popular, vem pedir a alteração da chamada Lei Seca, tentando diminuir as brechas que levam a atual lei a ser completamente inútil, seja pela recusa dos motoristas em realizarem o teste do bafômetro, seja pela pena em caso de homicídio culposo poder ser transformada em trabalho comunitário devido ao seu tempo.
O que o grupo Não Foi Acidente propõe é um aumento do tempo de prisão no caso de homicídio culposo com motorista embriagado de modo a que a pena não possa ser substituída por trabalhos comunitários, além de não ser mais exigido o teste do bafômetro, mas apenas um exame clínico por médico (o bafômetro poderia, em uma situação de exame clínico, ser usado em favor do motorista, para provar que ele estava sóbrio).
São necessárias 1.300.000 assinaturas e, para participar, basta entrar entrar no site deles através deste link com seu título eleitoral.

29 de mar. de 2012

As Esganadas

Hoje eu terminei de ler As Esganadas, quarto livro de Jô Soares.
Embora muita gente não goste muito do autor, todos os livros dele são muito bons, conseguindo realmente misturar tramas policiais com personagens e situações reais.
E este livro não é diferente, contando a história de um assassino serial fixado em matar gordas através do sufocamento utilizando receitas de doces portugueses para atrair as rechonchudas, ambientado na década de 30, início do Estado Novo de Getúlio Vargas.
Escrito de forma muito engraçada, Jô consegue descrever claramente cenas pitorescas do Rio de Janeiro daquela época, então capital federal, incluindo diversos fatos históricos como a corrida do Circuito da Gávea e o jogo do Brasil na copa do mundo.
Uma leitura excelente tanto para aqueles que gostam do estilo de mistério quanto do estilo de comédia. Com certeza vale a pena...

23 de mar. de 2012

1808

Hoje terminei de ler 1808, de Laurentino Gomes, belamente publicado pela editora Planeta.
Neste Livro o jornalista e ex-editor do jornal Estado se São Paulo, da revista Veja e ex-diretor da editora Abril, após uma pesquisa de 10 anos em mais de 150 fontes, resolve nos contar um capítulo da história brasileira muito pouco explorado na nossa educação: a transferência da família real portuguesa para o Brasil a partir de 1808, desde a fuga de Napoleão até o retorno para Portugal 13 anos depois.
Curiosamente, este evento tratado com pouca importância hoje foi, na verdade, a faísca inicial que leva à independência brasileira anos mais tarde, em 1822, após o retorno de D. João VI e sua corte para Portugal.
Adicionalmente, D. João VI aparenta ser tratado pelo autor como ele realmente deve ter sido, e não como as caricaturas do filme Carlota Joaquina de Carla Camurati mostram. Sim, o autor mostra que ele realmente não era um Rei de muita classe, bastante letárgico e até mesmo indeciso, mas também mostra que nos momentos decisivos ele soube tomar as atitudes que o momento exigiam, atitudes muitas vezes bastante corajosas, bem diferente do personagem interpretado por Marco Nanini.
Escrito de forma bastante interessante, com capítulos que não se comunicam diretamente uns com os outros mas que, no todo, formam um mosaico da situação desde a necessidade da partida até a decisão do retorno a Portugal, passando pelas transformações que levaram o Brasil, de uma colônia atrasada a um país "desenvolvido" e com grande potencial de crescimento. Laurentino ainda usa referências em diários de diversos viajantes e habitantes locais para tentar mostrar o retrato mais fiel possível dos anos em que D. João VI e sua corte permaneceram no Rio de Janeiro, inclusive desmistificando certos eventos tantas vezes repetidos que parecem ser verdade (como o fato de nenhum dos barcos ter se perdido para chegar em Salvador, mas ter, sim, parado estrategicamente lá antes de seguir para o Rio).
Recomendo realmente a leitura por todos os interessados em aumentarem sua brasilinidade... hehehehehe...

19 de mar. de 2012

Funcionalismo Público e leis idiotas

Hoje eu tentei renovar minha carteira de identidade aqui em Curitiba. A minha carteira antiga era da época que ainda nem tinha espinhas, então já estava mais do que na hora...
Segundo o website do Instituto de Identificação do Paraná, basta se apresentar em um dos postos, munido dos documentos necessários mas, como sempre, com funcionalismo público a gente tem sempre uma surpresa.
Agora você tem que ir a um dos postos de atendimento para poder marcar uma hora (a data mais próxima é só daqui a um mês), ter que voltar lá novamente na data agendada para mostrar os documentos e fazer a foto e, depois de pronto, retornar mais uma vez para pegar o documento.
O pior de tudo, fui extremamente mal atendido pela mulher do instituto que estava tendo um trabalho danado de fazer o cadastro de cada nova carteira de identidade em 30 minutos... Isto mesmo, o funcionário tem 30 minutos para fazer o cadastro de cada nova carteira (os agendamentos são para 2 pessoas a cada 30 minutos, mas existem 2 balcões, logo, 30 minutos por carteira de identidade).
Pelo que percebi, o cadastro deve levar na prática, não mais do que 10 minutos, o que deixa, claro, 20 minutos para os funcionários coçarem o saco até criarem chagas...
Para que trabalhar mais se existe estabilidade de emprego, não é mesmo?
E não é apenas o descaso, mas imagine que um trabalhador tem que deixar o emprego por três dias para conseguir uma carteira de identidade, horas que obviamente não serão ressarcidas pelo empregador... só mesmo no Brasil...

Como se não bastasse para deixar meu dia ruim, ainda ouvi no rádio que uma lei para auxílio a times de futebol que possuem grandes dívidas está circulando por aí... Para que diabos vou querer que meus impostos sejam dados a times de futebol endividados??? Deixe que quebrem... Te garanto que muitos times menores adorariam a oportunidade de assumir o lugar de times maiores e quebrados, com a vantagem de poderem aprender com o erro dos times quebrados e começarem a se administrarem como uma empresa, não como um hobby.

E por último mas não menos absurdo, a Polícia Federal está instaurando uma operação pente fino nos portos e aeroportos para barrarem a entrada ilegal de produdos importados.
Até concordaria se o alvo fosse realmente o contrabando, mas o que me deixou com cara de otário é que dois dos grandes focos da operação serão roupas e calçados. Eles querem apreender o mala daqueles viajantes que vão uma vez por ano para os Estados Unidos para comprarem roupas novas para o ano...
Aparentemente o objetivo final é impedir a entrada de produtos altamente competitivos no mercado, o que anda desbalanceando, e muito, nossa balança comercial. O problema é que, em vez de medidas que melhorem a competitividade de nossos produtos, estamos tentando barrar é a entrada de competidores.
Mais uma medida tomada pelo avesso, que não apenas não sana o problema, como também torna a situação da produção nacional muito mais confortável ao mostrar que o protecionismo está permitindo que os produtos no mercado nacional se mantenham com preços na extratosfera...

É amigos... coisas que (infelizmente) só o Brasil parece ter...

16 de mar. de 2012

Helvetia

Semana passada eu estreei meu Helvetia, de Matthias Cramer (designer relativamente novo, conhecido até então principalmente por Glen More) e publicado na Alemanha pela Kosmos. Comprei ele sem tem muita idéia do jogo, simplesmente por ter sido um dos lançamentos bem comentados na feira de Essen no ano passado e possuir uma expansão publicada pelo Österreichisches Spiele Museum (e geralmente eles só publicam alguma expansão especial para jogos que valem a pena).
Helvetia se passa, como o nome já deixa transparecer, na Suíça, e conta a história do desenvolvimento das vilas, cada uma controlada por um jogador. Em cada vila são, ao longo do jogo, montadas construções que produzem determinado bem. Mas para que uma produção ocorra, as respectivas construções devem ser ocupadas por algum habitante (no início do jogo os habitantes de cada jogador não são muitos).
Além disto, um dos mecanismos mais interessantes do jogo é o casamento, através do qual você pode enviar seus habitantes para casarem com proprietários de construções das vilas dos oponentes, fazendo com que você também possa usufruir das construções deles (lembrando que eles também poderão fazer isto com sua vila).
Os jogadores realizam suas jogadas através da utilização de 5 personagens diferentes: o Arquiteto, que serve para construir novos prédios na sua vila mediante a produção de uma combinação de bens específicos ou do pagamento destes bens; o Guarda, que serve para acordar os habitantes cansados (após serem utilizados para a produção de algum bem em qualquer uma das construções, os habitantes daquela construção são colocados dormindo até que o Guarda venha acordá-os); o Padre, que serve para realizar os casamentos entre seus habitantes e os das vilas vizinhas que, como já comentado, é um importante mecanismo do jogo; a Parteira, que traz novos habitantes ao jogo; e o Coxeiro, que leva bens produzidos para serem vendidos nos entrepostos comerciais.
Além do casamento, o encadeamento de produção é o segundo mecanismo de ganhar pontos decisivos no jogo. Nenhum bem produzidos é armazenado de nenhuma forma, ou seja, os bens são produzidos para uso imediato através do Coxeiro (venda) ou Arquiteto (construção) ou para serem utilizados como matérias-primas em outras construções que produzirão bens com maior valor agregado e, consequentemente, valendo mais pontos no momento na venda (Coxeiro). Um jogador pode, por exemplo, produzir "feno" em uma construção e utilizar este feno em outra construção para engordar "gado", o qual, por sua vez, pode ser utilizado em uma terceira construção para produção de "carne", a qual, uma vez vendida, traz muito mais pontos que a venda do "feno" (obviamente com o pré-requisito de que este jogador possua moradores acordados habitando as construções necessárias).
Adicionalmente os primeiros jogadores a venderem cada tipo de mercadoria também recebem pontos especiais, o que cria uma corrida para a produção dos bens mais valiosos.
Na partida o jogo se mostrou bem equilibrado e, mesmo jogadores que começaram muito mais tarde a ganhar pontos, puderam competir pela vitória, mostrando que disparar na frente pode até acontecer, mas não é muito comum, característica que torna o jogo muito mais interessante pela disputa até o final da partida.
Com certeza um bom jogo que espero jogar novamente...

4 de mar. de 2012

Saruman Trolando

Um colega meu me falou deste vídeo e, após assistir, não pude resistir em colocá-lo por aqui...


Espero que gostem... :-)

1 de mar. de 2012

Der Monstrumologe

Após um mês de fevereiro meio parado, arranjei um tempo entre as idas e voltas do trabalho para terminar de ler Der Monstrumologe, versão em alemão do livro original em inglês The Monstrumologist e que também possui uma edição em português publicada em 2011 pela editora DLC sob o título O Monstrologista.
Neste livro Rick Yancey, autor da trilogia infanto juvenil premiada de Alfred Kropp (infelizmente bem pouco conhecida no Brasil), conta o início da história de Will Henry, órfão adotado pelo Dr. Warthrop, cuja especialidade é bastante incomum: a monstrologia, ou a arte de estudar os monstros que geralmente não são aceitos pela ciência como existentes mas que, são bem reais. Mas a especialidade do doutor não se resume ao estudo, mas também à caça destes monstros.
E a aventura realmente começa quando, no meio da noite, um ladrão de cemitérios bate à porta do doutor lhe trazendo um cadáver de uma menina parcialmente comido por um Anthropofag que, por algum motivo, jaz morto e preso ao cadáver da garota.
Agora Will e Warthrop embarcarão em uma aventura sem precedentes, descobrindo segredos escondidos e enfrentando monstros de todos os tipos, até mesmo os da raça humana.
Embora seja um livro infanto-juvenil, Rick não poupa os leitores de detalhes assustadores que vão deixar os leitores com o estômago revirado, tornando o livro também muito interessante mesmo para adultos.
Não sei como está a edição brasileira, mas, como a cereja o bolo, a edição alemã ainda traz ilustrações fantásticas de Iacopo Bruno (algumas podem ser vistas no theWORLDofDOT), que deixam o livro com um visual excelente.
Tão bom que vou tentar comprar os outros dois em breve... :-)