12 de dez. de 2010

O Labirinto da Rosa

Se a gente lê bastante acaba sempre correndo o risco de ler um livro ruim...
Pois foi exatamente isto que aconteceu com O Labirinto da Rosa, primeiro (e espero que único) livro de Titania Hardie. Eu fiquei fascinado com o resumo da orelha do livro prometendo algo no estilo de Equinox ou Código DaVinci e me decepcionei completamente pelos mais diversos motivos.
O primeiro deles é eu ter achado o livro muito mau escrito. A autora mistura no mesmo parágrafo o que as pessoas falam, fazem e pensam de uma forma desordenada e sem pontuação clara, tornando diversos trechos do livro tão complexos de serem decifrados quanto os enigmas da história em si.
Juntando a isto, a editoração também deixa a desejar. A Rocco simplesmente não se ateve a linhas vazias destinadas à separação de situações ocorrendo em locais ou tempos diferentes terem ficado no final da página, fazendo com que algumas vezes o leitor seja jogado de um lugar para outro sem notar e leve vários parágrafos até perceber o que está acontecendo.
Como se isto não bastasse, a única coisa realmente legal do livro, que são os anexos (que formam o suposto conjunto de documentos que é o ponto central do livro), os quais podem ser montados no formato de um grande labirinto, foi simplesmente inutilizada quando a Rocco duplicou uma página e suprimiu outra... simplesmente amador...
Fora isto, Titania consegue, capítulo a capítulo, acrescentar novos personagens históricos simplesmente do nada na trama e saca fatos, que até então nem sequer faziam parte de qualquer linha na história, da manga como se fossem óbvios para qualquer um, levando a conclusões num piscar de olhos. Em outras palavras, ela simplesmente dribla o leitor, ao invés de conduzi-lo.
Mas o pior de tudo é que neste livro a máxima de nunca deixar a realidade atrapalhar uma boa história foi muito bem utilizada. O conhecido quadrado sator, um dos mais conhecidos palíndromos das história, foi traduzido no livro como "Deus segura a roda da criação em suas mãos" porque isto encaixa melhor na história de Titania, quando na verdade a tradução mais aproximada para esta frase em latin seria "Semeador Arepo trabalha com sua roda (ou arado)".
Resumindo: fique longe...

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